Jul 04, 2025 (Grupo CMA via COMTEX) --
São Paulo, 4 de julho de 2025 - O Ministério do Comércio da China afirmou que está
acelerando a análise e aprovação de pedidos para exportação de itens controlados aos Estados
Unidos, à medida que Pequim e Washington intensificam a implementação do acordo comercial firmado
entre os dois países. Segundo um porta-voz do ministério, autoridades americanas comunicaram à
China que uma série de medidas restritivas ao comércio será suspensa. O porta-voz destacou ainda
que o diálogo e a cooperação são o caminho correto, ressaltando que chantagem e coerção não
são soluções viáveis. As informações são da agência de notícias "Dow Jones".
A declaração foi feita em resposta a reportagens recentes que indicam que algumas empresas
receberam notificações de Washington para retomar as exportações de softwares de design de
chips, etano e motores de avião para a China. Esses avanços ocorrem após o anúncio do presidente
Trump, na semana anterior, de que os Estados Unidos haviam assinado um acordo comercial com a China,
embora sem dar maiores detalhes.
Como parte do pacto firmado após negociações em Londres no mês passado, Pequim concordou em
flexibilizar restrições à exportação de terras raras em troca da remoção de algumas barreiras
comerciais pelos EUA. Desde então, ambos os lados vêm tomando medidas para eliminar restrições
não tarifárias impostas um ao outro. Empresas como Synopsys, Cadence Design (ambas dos EUA) e
Siemens (Alemanha) confirmaram que o Departamento de Comércio americano suspendeu as recentes
restrições à exportação de softwares de design de chips para a China.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou em entrevista que espera que a China
acelere as exportações de terras raras, reconhecendo que o fluxo desses produtos ainda não voltou
ao patamar anterior a 4 de abril, mas demonstrando confiança no cumprimento do acordo por parte dos
chineses. Apesar desse avanço, ainda há riscos de novas tensões, já que autoridades chinesas
acompanham com cautela as negociações comerciais dos EUA com outros países.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, reiterou o
descontentamento de Pequim com o pacto tarifário firmado entre EUA e Vietnã, ressaltando que
negociações comerciais não devem prejudicar terceiros. Pelo acordo, produtos enviados aos EUA por
meio do Vietnã estarão sujeitos a uma tarifa punitiva de 40%, numa tentativa de dificultar o
redirecionamento de exportações chinesas via países terceiros. Analistas avaliam que, embora o
governo Trump queira coibir essa prática, implementar tal medida será um grande desafio.
Vanessa Zampronho / Safras News
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