Apr 07, 2021 (Grupo CMA via COMTEX) --
São Paulo, 7 de abril de 2021 - O dólar comercial opera sem direção
única frente ao real, após abrir os negócios com sinal negativo, calibrando a
continuidade do bom humor que prevalece desde o início da semana e o viés de
correção entre as moedas de países emergentes. Aqui, apesar do número
recorde de mortes por covid-19 em 24 horas ontem, acima de 4,1 mil, investidores
seguem atentos às negociações de emendas parlamentares em relação ao
Orçamento de 2021, com o mercado doméstico preocupado com o teto de gastos e
os riscos fiscais.
Às 10h04 (de Brasília), a moeda norte-americana oscilava com leve queda de
0,08% no mercado à vista, cotada a R$ 5,5960 para venda, enquanto o contrato
com vencimento para maio tinha leve alta de 0,07%, a R$ 5,6045. Lá fora, o
Dollar Index operava praticamente estável (+0,01%), aos 92,345 pontos.
No exterior, apesar dos dados de serviços de março ficarem acima do
esperado na Europa, reforçando a leitura de que a economia global parece ganhar
tração, os mercados operam mistos e as moedas de países emergentes perdem
terreno para o dólar, mesmo diante do viés de baixa dos rendimentos das taxas
de juros futuros dos títulos do governo norte-americano, as treasuries, com o
vencimento de 10 anos (T-Note) operando ao redor de 1,67%.
"Esse desempenho [das treasuries] dá continuidade ao alívio da véspera,
o qual permitiu a manutenção dos animadores níveis das principais bolsas dos
Estados Unidos, com contágio global, e alguma tração às moedas
emergentes", avalia o operador da corretora Commcor, Cleber Alessie.
Porém, com investidores à espera da ata da última reunião do Federal
Reserve (Fed, o banco central norte-americano) à tarde, o dólar não tem
direção definida e as divisas emergentes têm espaço para correção em meio
à queda recente, que contaminou o real.
Aqui, as atenções seguem voltadas ao cenário político e econômico. O
economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, reforça que o foco fica no
veto parcial de emendas parlamentares no Orçamento deste ano que o ministro da
Economia, Paulo Guedes, tem tentado propor. "De volta a cumprir com os gastos
obrigatórios que o Congresso 'pedalou' para o próximo ano, de forma a
encaixar suas diversas demandas", avalia.
O diretor de uma corretora nacional acrescenta que, apesar de uma leve
tendência de queda, a moeda estrangeira deverá definir os rumos ao longo do
dia, de acordo com eventos no exterior, bem como pelo fluxo interno da divisa.
Flávya Pereira / Agência CMA
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