Apr 26, 2024 (Grupo CMA via COMTEX) --
São Paulo, 26 de abril de 2024 - A Anglo American rejeitou na sexta-feira uma proposta de
aquisição de US$ 39 bilhões da rival BHP, afirmando que a oferta "subvalora significativamente" a
empresa e preparando o terreno para uma possível guerra de lances. As informações são da
agência de notícias "Dow Jones".
A Anglo American, listada em Londres, disse que a proposta não solicitada, feita no início
deste mês e tornada pública nesta semana, apresenta uma estrutura pouco atraente que é muito
incerta e complexa. O presidente da Anglo American, Stuart Chambers, disse que a empresa se
beneficiará de seu portfólio de ativos, incluindo cobre, que provavelmente crescerão com as
tendências em torno da transição energética.
A oferta integral da BHP avaliou a Anglo American em cerca de US$ 38,8 bilhões e teria sido
condicionada à Anglo American vender participações em duas unidades listadas na África do Sul. A
proposta representou um prêmio de cerca de 31%, sem incluir as unidades listadas na África do Sul,
com base nos preços de fechamento de terça-feira.
Alguns analistas previam que a Anglo consideraria a oferta muito baixa e esperam que a BHP
retorne com outra oferta. A BHP tem até 22 de maio para fazer uma oferta firme, embora o prazo
possa ser prorrogado.
Participantes do setor esperam que outros grandes mineradores também tentem adquirir a Anglo,
cujo preço das ações caiu desde 2022, à medida que os preços das commodities mais baixos têm
afetado a indústria.
Um acordo entre a BHP e a Anglo American, que seria a maior transação de mineração já
registrada, ilustraria a crescente importância do cobre, um metal essencial para produtos de
energia limpa, para um setor que há muito tempo depende da industrialização chinesa para
impulsionar os lucros.
O cobre representa cerca de 30% da produção da Anglo American, enquanto a BHP possui uma
participação majoritária na Escondida, no Chile, a maior mina de cobre do mundo, entre seus
ativos. A BHP comprou a mineradora australiana de cobre e ouro Oz Minerals por US$ 6,34 bilhões em
maio do ano passado, representando sua maior aquisição desde 2011.
Os preços do cobre estão cerca de 15% mais altos este ano, refletindo expectativas de que a
demanda pelo metal aumentará à medida que o mundo se descarbonizar e a oferta será restrita.
Veículos elétricos e fazendas eólicas usam cobre em quantidades muito maiores do que carros a
gasolina e usinas a carvão.
A Anglo American tem revisado seus ativos nos últimos meses e teve conversas preliminares com
potenciais compradores de sua emblemática unidade de diamantes De Beers, que ela avalia em mais de
US$ 7 bilhões, informou o Wall Street Journal na quinta-feira.
Vanessa Zampronho / Safras News
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