Nov 11, 2024 (Grupo CMA via COMTEX) --
São Paulo, 11 de novembro de 2024 - O índice da bolsa de valores opera em leve alta, perto da
estabilidade, à espera dos ajustes fiscais e indicadores econômicos e balanços corporativos que
serão anunciados ao longo da semana.
Também pressionam o Ibovespa a decepção dos investidores com os estímulos chineses anunciados na
sexta-feira somados a riscos da agenda protecionista do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald
Trump, com forte impacto nos papéis das mineradoras e siderúrgicas, como o da Vale, que tem forte
peso no índice.
Do lado positivo, resultados do terceiro trimestre anunciados na semana passada limitam as perdas da
B3.
Perto do fechamento, às 17h15 (horário de Brasília), o principal índice da B3 subia 0,10%, aos
127.967,05 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro operava em alta de 0,19%, aos
129.140 pontos. O giro financeiro era de R$ 11,2 bilhões. Em Nova York, os futuros operavam mistos.
A Ativa Investimentos comenta que os destaques positivos ficam com as ações da Yduqs (YDUQ3) e
Cogna (COGN3), seguidas pela Petrorecôncavo (RECV3). "As ações da Petrorecôncavo continuam em
alta com divulgação de dividendos atraentes", explica.
Os destaques negativos ficam com as ações da Usiminas (USIM5), Companhia Siderúrgica Nacional
(CSNA3), Vale (VALE3) e pela Totvs (TOTS3). "Decepção com estímulos chineses somados a riscos da
agenda protecionista de Trump concentram aversão a risco ao setor de Siderurgia e Metalurgia",
comenta a Ativa.
Rodrigo Cohen, analista da Escola de Investimentos, comenta que o movimento do mercado reflete o
"efeito Trump Trade", com o dólar subindo no mundo, assim como os índices norte-americanos, em
compasso de espera de importantes indicadores. "Temos o CPI, nos EUA, na quarta, que promete trazer
novos indicativos em relação a próximas decisões do Fed. Com commodities caindo, a gente tem
minério caindo, isso atrapalha muito o Brasil, obviamente, já que temos empresas de peso do
Ibovespa em queda. Com o dólar subindo, isso também atrapalha muito o Brasil."
"A indefinição sobre quando o pacote de corte de gastos será anunciado também tem deixado o
mercado bem apreensivo. Mercado atento também à divulgação da ata do Copom e prévia do PIB",
acrescenta.
O analista destaca que o boletim Focus, divulgado mais cedo, também piorou o ânimo do mercado com
mais uma semana de projeções pessimistas para a economia. "Para o ano que vem, a expectativa de
inflação passou de 4,03% para 4,56%. Enquanto isso, as projeções para o dólar passaram de R$
5,43 para R$ 5,48 em 2025. Já a expectativa para a Selic se manteve em 11,75% para o fim deste ano
e, para 2025, permaneceu em 11,50%."
"Com a queda do minério de ferro motivada pela decepção com o pacote de estímulo fiscal
anunciado para a economia chinesa, empresas do setor enfrentam quedas como VALE3, USIM5, GGBR4,
CMIN3 e CSNA3. Além disso, a alta dos juros futuros também impacta negativamente ações de
empresas ligadas a consumo e varejo como Natura, Lojas Renner e Magazine Luiza."
Cynara Escobar - cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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