May 08, 2024 (Grupo CMA via COMTEX) --
São Paulo, 8 de maio de 2024 - Os Estados Unidos suspenderam o envio de milhares de bombas a
Israel devido à preocupação com uma possível ofensiva em Rafah, no sul de Gaza. Uma operação
militar à qual o presidente Joe Biden se opõe, segundo relatou a "Bloomberg", citando um alto
funcionário do governo. As informações são da agência de notícias "Dow Jones".
O carregamento, que foi atrasado em pelo menos duas semanas, consistia em 1.800 bombas de 907
quilos e 1.700 bombas de 226 quilos. Ou seja, munições de ataque direto conjunto da Boeing, que
convertem bombas não guiadas em artefatos de precisão, além de bombas de pequeno diâmetro.
Com esta decisão, o presidente americano pretende enviar uma mensagem política clara ao
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, embora tanto a Casa Branca quanto o Pentágono
tenham se recusado a comentar as informações.
Embora o governo Biden não tenha negado formalmente a possível venda, está essencialmente
tomando medidas por meio da inação (suspendendo aprovações e outros aspectos do processo de
transferência de armas) para enviar uma mensagem a Israel, de acordo com o funcionário citado pela
imprensa americana.
Além disso, Israel também não "respondeu totalmente" às preocupações de Washington sobre
as necessidades humanitárias dos civis em Rafah nem confirmou qualquer atraso específico no
fornecimento de armas. "Como o primeiro-ministro já disse, se tivermos que lutar com unhas e
dentes, faremos o que tivermos que fazer", disse um alto funcionário israelense à "Reuters".
No entanto, esta é a primeira vez que o governo americano atrasa uma possível venda de armas a
Israel desde que o Hamas atacou o país em 7 de outubro, dando início a uma campanha militar que
já dura sete meses e na qual morreram 34.789 palestinos, a maioria civis, de acordo com o
Ministério da Saúde de Gaza.
A comunidade internacional também mostrou preocupação com um ataque à cidade de Rafah. O
secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu ao governo de Israel que "pare qualquer escalada
e participe construtivamente nas conversas diplomáticas em curso. Um ataque a Rafah seria um erro
estratégico, uma calamidade política e um pesadelo humanitário", alertou.
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, afirmou que a operação
militar israelense em Rafah teria graves consequências para a estabilidade de toda a região. "A
operação militar em Rafah coloca 1,4 milhão de civis palestinos diante de um risco inaceitável e
tem graves consequências para a estabilidade da região", destacou o chefe da diplomacia espanhola
na rede social X, antes Twitter.
Larissa Bernardes / Safras News
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